RÓTULOS, BULLIYNG E AUTONOMIA DA CRIANÇA…
Bulliyng…Deve ser dos termos mais falados actualmente…quer pelos miúdos, quer pelos pais.
Na minha opinião, passamos um pouco do 8 para o 80…Da mesma maneira que nem todo o tipo de gozo é só um mero gozo, também nem tudo é Bulliyng...a definição de Bulliyng é bem clara:
“Bullying é o fenómeno pelo qual uma criança ou um adolescente é SISTEMATICAMENTE exposta(o) a um conjunto de atos agressivos (diretos ou indiretos), que ocorrem sem motivação aparente, mas de forma intencional, protagonizados por um(a) ou mais agressor(es). Essa interação grupal é caracterizada por DESEQUILÍBRIO DE PODER E AUSÊNCIA DE RECIPROCIDADE; nela, a vítima possui pouco ou quase nenhum recurso para evitar a e/ou defender-se da agressão”.
O que basicamente distingue esse processo de outras formas de agressão é o caráter repetitivo e sistemático e a intencionalidade de causar dano ou prejudicar alguém que normalmente é percebido como mais frágil e que dificilmente consegue se defender ou reverter a situação.
Existem muitas crianças que, pela sua imaturidade, por uma superprotecção excessiva, por uma imensa necessidade de atenção, enfim, por mil e um motivos, não conseguiram ainda desenvolver os seus recursos para se defenderem das situações problemáticas do dia a dia e, quando algo acontece, automaticamente dizem que são gozadas constantemente, que ninguém gosta delas e que são vitimas de bulliyng…muitas vezes esse sentir é reforçado em casa…os próprios pais falam em Bulliyng e “encaixam” (de forma inconsciente) na cabeça da criança que ela é vitima de Bulliyng….
Gozar, implicar, fazem parte do ser criança, do ser adolescente e é importante primeiro dar espaço aos nossos filhos para que eles tentem resolver essas situações sozinhos...se não resultar e se for continuada a agressividade referida pela criança, por um período mais longo de tempo então ai sim, será importante falar com os professores e perceber o que se passa.
Fundamentalmente, o que penso é que a autonomia na criança é um instrumento fundamental para o seu bem estar….esse instrumento só é alcançado se os pais permitirem, se os pais não forem a correr “salvar” os filhos de situações que os deixam tristes, nervosos ou ansiosos…a criança tem de aprender a auto regular-se...não pode regular-se eternamente por nós, pais, por isso…vamos com calma em relação aos rótulos que “ensinamos” os nossos filhos a colocar em si mesmos e nos outros.
O Bulliyng existe mas…nem tudo é Bulliyng!
Às vezes a nossa ajuda passa por outras áreas que não a superprotecção ou o querer resolver por eles, mostrando ansiedade e não garantindo a segurança que é fundamental para a criança lidar com a situação e geri-la.
A criança precisa saber que existem adultos que cuidam, que protegem mas que ela também pode e deve desenvolver essa competência para se tornar um ser mais resiliente e mais assertivo na relação com os outros.
A alegria e o prazer de ter conseguido resolver sozinho é fundamental no desenvolvimento e na construção saudável do EU da criança!
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