8 de maio de 2013

É sempre bom saber mais!

A diferença entre inquietude motora e hiperatividade...


A inquietude motora designa uma actividade marcada, com uma quantidade excessiva de movimentos, sem ter uma implicação patológica. A Criança Irrequieta embora com grande atividade consegue alguns momentos de tranquilidade, consegue descansar, consegue parar quando as atividades lhe interessam.

João dos Santos refere mesmo que "...a irrequietude seria uma forma de reação contra a ansiedade, e surge, muitas vezes de um fundo de depressão".

Por outro lado, a Hiperatividade, é um quadro patológico, que se aplica a diversos tipos de comportamento mal organizado, onde domina uma combinação de inquietude e desatenção, inadequada para a idade, com grande intensidade e gravidade dos sintomas. Na Hiperatividade a criança dificilmente conseguirá ter (mesmo que pequenos) momentos de atenção e concentração, não para para brincar ou outras atividades, tem problemas graves no sono, e muita dificuldade em parar.

Apesar de existirem crianças "naturalmente agitadas", é importante estar alerta quando nos deparamos com uma inquietude motora "mais fora do normal",pois ela pode estar a transmitir-nos algo...a criança pode estar em sofrimento e, incapaz de o pensar, utiliza o comportamento como forma de descarga. Age em vez de pensar.
O sintoma psicomotor inicial seria um pedido de atenção ao seu sofrimento.

A instabilidade tem sempre a ver com uma espécie de fuga para a frente. sendo, de algum modo, a procura da “estabilidade” de uma idade anterior, “ e, portanto, uma tentativa de “cura” da ansiedade a que conduz a insegurança” (João dos Santos, 2002).

Por tudo o atrás descrito, alerto sempre para a importância de fazer um adequado diagnóstico diferencial entre Hiperatividade ou Irrequietude motora.

Muitas vezes crianças são rotuladas de hiperactivas e medicadas quando afinal o problema da criança não é a agitação...a agitação é apenas o sintoma de um problema que, ao rotular sem diagnóstico diferencial fica escondido, camuflado e...sem resposta eficaz! Mais grave ainda...Ao "tapar" esse sintoma com a medicação, estamos a anular o pedido de ajuda da criança, perpetuando o seu real problema :(

Fátima Poucochinho

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